O Senhor finalmente  disse que incluía também em sua oração todos aqueles que chegassem a crer n’Ele  através da palavra, ou comunicação (que inclui oral e escrita) dos discípulos:  de fato está no Novo Testamento, que é a Palavra de Deus como foi escrita pelos  discípulos do Senhor sob a inspiração do Espírito Santo. Pregaram e ensinaram  durante a sua vida verbalmente, mas Cristo nos tinha em mente para receber e crer  a sua palavra também: nosso grande Sumo Sacerdote está orando por nós vinte  séculos mais tarde!
              
                A única maneira possível para ter unidade entre os crentes é que cada um seja  primeiro unido a Deus em Cristo (exclusivamente por nascer de novo em Cristo  através do Espírito Santo). As varas da videira estão unidas porque estão ligadas  à videira, não porque estão ligadas umas às outras. Em outras palavras, os crentes  estão unidos em Cristo, porque cada um deles pertence a Cristo no corpo  espiritual, de que Ele é a cabeça. No momento em que qualquer pecador confia em  Cristo, esse pecador é selado pelo Espírito Santo no corpo de Cristo.
  
                Cada igreja local (traduzido "igreja") dos crentes é um microcosmo do  corpo de Cristo. Sua unidade no seio da sua igreja e com Cristo e Deus, mostrada  pelo seu amor e obediência, é necessária para que o mundo possa crer (ou continue  crendo) que Jesus é, na verdade, o Messias enviado por Deus (isto não significa  que o mundo vai ser salvo em consequência dessa convicção - ver o capítulo  16:8-11).
  
                O caráter do Senhor Jesus e Seus caminhos de Deus – a Sua glória - são dados  por Ele a todos os que crêm nele (2 Coríntios 4:6), para que todos sejam um, tendo  todos as mesmas características e comportamento piedoso. Novamente, isto é  realizado pelo Espírito Santo (Romanos 8:9,14,18).
  
                A unidade que existe entre o Pai e o Filho é a unidade que existe entre o  crente e o Senhor Jesus Cristo! Só Deus pelo seu Espírito Santo pode realizar  tal coisa, e o faz. É assim que  todos os  crentes são aperfeiçoados (ou completados, realizados) em um corpo, o de Cristo,  que é seu objetivo e estado final. Outra vez repetiu que isto faria o mundo  saber que Deus o Pai O tinha enviado, e que os tinha amado como amava o Filho  (capítulo 3:16).
  
                O Senhor manifestou seu desejo (e este está e continuará sendo realizado - capítulo  12:26; 13:36; 14:3; Romanos 8:17; 2 Timóteo 2:11) para que todos os crentes possam  estar onde Ele estiver, para continuamente contemplar a Sua glória (honra,  majestade, graça, eterno poder e autoridade, perfeição, e outros atributos  divinos).
  
                Este foi o propósito de Deus ao criar o homem: uma criatura com quem Ele  poderia ter comunhão, que de bom grado ama a Deus pelo que é e pelo amor que  Deus mostrou por ele, e O obedece e adora. Contemplar eternamente a glória e as  virtudes do Senhor Jesus será a satisfação de cada crente. Moisés pediu para  ver a glória de Deus, Felipe pediu para ver o Pai e por vezes podemos admirar a  beleza visível transitória de um arco-íris ou do pôr-do-sol e imaginar como  será quando chegarmos a ver como Ele é, o Criador do universo!  É esse o alvo para o qual estamos indo (1 João  3:2,3).
  
                Mais uma vez o Senhor Jesus expressa a consciência de antes da Sua encarnação  como no versículo 5: Ele foi amado pelo Pai antes da fundação do mundo.
  
                  Anteriormente nesta oração Jesus Cristo tinha se dirigido a Deus como Pai Santo  (versículo 11), com referência ao seu grau de pureza, majestade e glória;  agora Ele se dirige a Deus como Pai Justo, com  referência  à Sua justiça perfeita, sem  prejuízo ou parcialidade. Ter sido enviado pelo Pai abrange toda a Sua missão  de redenção, pela qual a justiça de Deus estava sendo satisfeita. O mundo recusou  e continua se recusando a reconhecê-lO, mas a Cristo e quem n’Ele crê sabe que  o Pai O enviou, com o propósito de dar a Sua vida pelos nossos pecados.
A última coisa que o Senhor mencionou foi que tinha dado a conhecer e que continuaria a dar a conhecer o nome de Deus para que eles, i.e. todos os crentes, viessem a ter em seus corações e suas vidas aquele amor com que o Pai O amara, bem como Ele próprio. O nome de Deus envolve a Sua autoridade, caráter, posição, majestade, poder, excelência, etc.. Falamos tanto de graça e de fé, e com razão; mas o grande desejo de Seu coração é que o amor de Deus seja manifesto na vida daqueles a quem Ele redimiu.
Em suma, o seguinte é o que esta oração afirma sobre os crentes e o mundo:              
            
O seguinte é o que Cristo rogou pelos Seus:
A grande verdade que se destaca na carta aos Hebreus é que o Senhor Jesus Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote. Nos tempos do Velho Testamento o sumo sacerdote, e só ele, usava dois itens de vestimenta com significado especial, entre outros, quando aparecia na presença de Deus como intermediário para o povo de Israel:
um éfode de beleza e glória, juntado em cada ombro com duas pedras de ônix, com os nomes das tribos de Israel gravados sobre elas. Assim ele levava os nomes dos filhos de Israel com ele quando entrava na presença de Deus. Isto representa a força e o poder do sumo sacerdote. Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, também “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Ele tem toda a força e poder para nos salvar perfeitamente.
no peitoral do sumo sacerdote havia doze pedras, organizadas em quatro fileiras de três cada uma. Em cada uma delas foi gravado o nome de uma tribo de Israel. Quando o sumo sacerdote se chegava à presença de Deus usando o peitoral, ele representava o Senhor Jesus Cristo que está do lado direito de Deus intercedendo por nós.
O Senhor não apenas nos leva sobre os seus ombros, o lugar de força e poder, mas também nos carrega sobre Seu peito, sobre Seu coração, que nos fala do Seu amor. Ele tem todo o poder, e Ele nos ama!
20  E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; 
            
21  para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 
  
22  E eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um; 
            
23  eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim. 
  
24  Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me amaste antes da fundação do mundo. 
  
25  Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheço; conheceram que tu me enviaste; 
            
26 e eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer ainda; para que haja neles aquele amor com que me amaste, e também eu neles esteja.
Evangelho de João, capítulo 17, versículos 20 a 26